Ela veio se despedir na minha porta com ar humilde: fingia acreditar que ninguem a olharia, mas como? se tinha tanto pano a encobrir-lhe mostrando-a como voal de cortina de vento? era pelo vento que se enamorara e por isso eram panos que lhe ofertava no interesse putanesco de verem subir as saias, arremessando odor fertil nas ruas, mostrando a carne branca. E sentiria ela as caricias que em dias de mormaço tanto suplicava. (mas iansã é voluntariosa e até gosta de ver o ser amado sofrer um bocadinho e lhe valorizar a presença). Se apaixonar pelo vento tinha a vantagem de fazê-la respirar o amor, mesmo ele estando parado, o que lhe provocava certo tesão na vigilia do sono. E se o vento lhe soprava um pouquinho mais no frio, vinha os arrepios, a pele eiriçava mas continuava macia de amor saciado.
Escolhemos nossos amantes e ela escolhera o vento, que embora estivesse sempre de passagem, exercendo sua virtude libertária, estaria também sempre com ela, exercendo sua natureza onipresente.
Mas o que ela achava sobre o que ele fazia na verdade mesmo só importava quando, por uma greve de vento, daquelas que mesmo respirando não o sentimos, ele nao a atendia.
Porque era urgente essa mulher de panos e eram largos seu quadril e seus desejos.
Agora li. Senti Iansã naquele pedacinho que vc postou no face. Lindo! Uma vez me apaixonei por uma moça de Iansã. Ficaram os versos: http://velhocaderno.blogspot.com/2009/11/oriki.html
ResponderExcluirlindo joana. lindo.
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